quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Encontros


A minha amiga
"Estranho eu gostar tanto do seu All Star..."
(Nando Reis)

Bom seria se todos os nossos encontros durassem a eternidade. Um amigo me disse que o fim é sempre melhor que o começo. Discordo. Melhor mesmo seria que as coisas não tivessem fim, recomeçar todos os instantes sem precisar terminar e que o amor jamais se findasse. É contraditório... feliz é quem sabe compreender. A vida talvez não seja nada além disso: ter amor como objetivo nunca e sempre alcançado. Nunca, para que não nos contentássemos em amar como já amamos e desejássemos amar sempre mais, vivendo numa constante busca. Sempre, para sentirmos a vida pulsar em nós. Só o amor nos permite perceber o imperceptível.
Com ela, fiz laços. Duas pontas distintas que, se cruzando, tornam-se uma só. Eu não sabia que a menina combinaria o seu All Star preto com o meu de flores azuis. E caminharíamos juntas vida afora. Tantos caminhos de constelações foram pensados. A cada passo, uma estrela nova se acendia. E saíamos por aí, brincando de enfeitar o mundo com estrelas.
O que fazemos dos nossos encontros? De vidas que se cruzam sem que percebamos? Quem me dera ter a alma pueril, repleta de sonhos de amor. Poderia, então, ver com os olhos de quem descobre a cada instante. Provaria pela primeira vez o gosto da chuva, do mar, o perfume dos jasmins, a cor dos lírios do campo; veria em cada encontro uma ponta de um laço. Quantos olhares se cruzam no cotidiano sem que as vidas se cruzem também?
Mia Couto sabia disso e disse: "No arremesso certeiro, vai sempre um pouco de quem dispara”. Quantas vidas, hoje, carregam as nossas? E quantos olhares revelam os nossos? Na próxima esquina, talvez haja alguém com um pouco de ti. Lembre-se disso quando olhar alguém nos olhos.
Hoje, parte de mim, completa 19 anos. Presentear-lhe-ei com minha própria vida, com todo o amor com que me cabe amá-la. E, amo-a, hoje, porque um dia fitei-a nos olhos e sorri. Amo-a, hoje, sabendo que é nunca e sempre. Nunca, porque não basta. Sempre, porque... Sempre, porque... Creio que não preciso dizer mais nada.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Essa canção de amor


A Amanda e Uara

Os idílios de harmonias leves
Uma voz no escuro, aguda.
Se silencio, os instrumentais clássicos são carregados por uma brisa primaveril que se aproxima.
Frêmito leve roçando a minha tez, até
minha face desabrocha num riso, doce.
Quantas lágrimas vertidas na espera? Nem lembro.
Mas sei que regararam meus sorrisos,
os que hoje colho delicadamente.
Sol
No jardim, um pássaro me dedica uma canção... é primavera e eu não estou só.
Tenho certeza.
O que de mim ouço pulsando no peito faz dueto.
É primavera!
e o mundo inteiro me sorri nessa canção de amor.