segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Latim


Summa cum laudes - dize-me sem voz nem tato -
a tantos quilômetros, estradas e mares, ouço a tua ausência.

Quão distante? Para que querer saber?
Para que beijos, passos, ruídos perdidos para sempre na memória?
O que resta de ti nesse amanhecer que me espera?

Respondo-te em tantas línguas agora.
A saliva, alquimia de minha boca com a tua
Transpiração de dedos e mãos e braços inquietos
Epilepsia de tantos tecidos, ventania, o frêmito em meu vestido a girar o mundo, os ponteiros do relógio...

São trilhas que cruzam sonoras: nossa vida e nossa música
embalando essa cançao que te canto mudamente em dó maior
para ouvir a tua voz.
Nossos caminhos, lençóis enlaçados, cabelos trançados
ou soltos a velar a desnuda tez do meu peito dilacerado.

Distingue-se tudo de nós.Fogo e mar.
Respondo-te assim, a me queimar de frio,
O que resta de nós agora? Nada. Nihil.